Algo muito comum entre as pessoas que desenvolvem games é experimentar mecânicas diferentes, ideias que muitas vezes nem chegam a ser aproveitadas nas versões finais dos jogos. Normalmente esses experimentos permanecem escondidos do público e por isso não temos noção da quantidade de curiosas invenções que já foram propostas, como por exemplo uma que queria adicionar o principal conceito do fantástico Portal à série The Legend of Zelda.
A história veio à tona recentemente graças a uma entrevista concedida por Giles Goddard ao canal MinnMax. Hoje dono de um estúdio chamado Chuhai Labs, apesar do seu nome raramente ser associado à Casa do Mario, durante mais de uma década ele foi uma pessoa bastante importante na empresa. Entre o fim dos anos 80 e início dos 2000, coube ao game designer desenvolver protótipos para a BigN e quando a tecnologia para o Nintendo 64 surgiu, ele esteve nos bastidores tentando descobrir o que poderia ser feito no console.
Entre as suas criações na época, aquela que ficou mais conhecida foi a tela de abertura do Super Mario 64, onde vemos o rosto do protagonista e podemos manipulá-lo. Porém, por pouco ele não conseguiu emplacar algo que poderia ter sido muito maior, uma ideia que só viria a ser implementada muitos anos depois e que se tornaria um marco na indústria.
“Encontrei um antigo diretório de códigos-fonte que criei e nele estava o primeiro mapa do Zelda para Nintendo 64 com um castelo […] Eu estava fazendo todos esses experimentos, você poderia ter um portal, olhar através dele, entrar e então você seria teletransportado para uma parte diferente do mapa. Através de uma porta você veria uma diferente parte do mapa, andaria por ela e então voltaria, se puder entender o que quero dizer.
Era basicamente pesquisa e desenvolvimento para o jogo, o que poderíamos fazer com o hardware do N64, aquilo era basicamente uma demo de portais, portais reais em que através deles você poderia ver outras partes do mapa.”
Contudo, ao invés do Link carregar uma arma que lhe permitisse criar tais portais, no protótipo de Goddard essas “janelas” seriam acionadas através de cristais que precisariam ser girados e dependendo da posição em que fossem deixados, nos dariam acesso a partes diferentes do mapa. Segundo ele, a ideia não chegou a ser aproveitada no jogo que se tornaria o The Legend of Zelda: Ocarina of Time, porque ela não ficou pronta a tempo, sendo difícil adaptá-la já que o desenvolvimento do título estava muito avançado.
Avançando um pouco no tempo, mais precisamente para 2005, um grupo de desenvolvedores independentes criou um jogo chamado Narbacular Drop e, fascinados pelo conceito, o pessoal da Valve resolveu contratar as pessoas responsáveis pela sua criação. Dois anos depois eles lançaram um título em primeira pessoa intitulado Portal e quando o viu em ação, Giles Goddard só conseguiu pensar que tinha feito algo parecido para o Nintendo 64 e que deveria ter publicado a sua ideia.
Caso você esteja se perguntando se aquela demo ainda existe, o seu criador afirma que sim, que ela continua podendo ser executada no PC e mesmo com muitas pessoas lhe dizendo que algo deveria ser feito com aquele código-fonte, por se tratar de uma propriedade da Nintendo é provável que o protótipo nunca seja disponibilizado.
Enquanto isso, na sétima arte…
Mas se a chance de colocarmos as mãos neste “The Legend of Zelda Portal” parece quase nula, o mesmo não pode ser dito sobre a possibilidade de um dia irmos ao cinema assistir uma adaptação da saga vivida por Chell. Ao conversar com o site IGN, o diretor JJ Abrams afirmou que o filme já possui um roteiro e que o projeto está sendo desenvolvido pela Warner Bros.
De acordo com Abrams, as pessoas envolvidas com o longa-metragem estão empolgadas com o argumento proposto para a história, o que indica que “as coisas finalmente estão nos trilhos.” Porém, o lançamento do filme ainda deve estar bem longe de acontecer, já que não foi divulgado quem assinará o roteiro, os atores e atrizes que participarão das filmagens ou mesmo quem ficará responsável pela direção.
Vale lembrar que um filme sobre Portal foi anunciado em 2013, mas como Hollywood costuma demorar bastante para entregar essas adaptações — vide o Uncharted, que se for mesmo lançado em 2022, terá se passado 14 anos desde o seu anúncio —, tanta demora nem chega a assustar. No entanto, aqueles que ainda possuem alguma esperança de ver o mesmo acontecer com a franquia Half-Life não gostarão da novidade.
Também anunciado pela Bad Robot há oito anos, JJ Abrams jogou uma grande dúvida sobre a adaptação, já que a sua produtora não está mais envolvida com o projeto. Isso não quer dizer que o filme não esteja sendo feito por outra empresa, mas como tudo relacionado a saga de Gordon Freeman parece estar sempre rodeado por tanto temor em frustrar os fãs, acho que ficarei bastante surpreso se um dia eu tiver a oportunidade de ver a sua história chegar às telonas.
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