Era uma casa muito engraçada. Tinha teto, mas ele de pouco valia. As lâmpadas, a temperatura e boa parte dos eletrodomésticos eram controlados remotamente para garantir conveniência, conforto e segurança.
Ninguém podia entrar nela, não. Seu alarme digital era um sistema de segurança de padrão empresarial. Sensores e câmaras ligados à internet chamariam a central, o dono, a polícia, os bombeiros, o zelador ou um vizinho caso algo estranho fosse detectado. Da mesma forma que antigamente se deixava a luz acesa para espantar ladrões, a presença na casa poderia ser simulada com lâmpadas, motores e cortinas automáticas. Isso também resolvia o problema de regar plantas e alimentar bichos em uma viagem.
A casa praticamente não tinha paredes. Para se adaptar ao espaço progressivamente reduzido em cidades cada vez mais compactadas, cabia ao controle central simular ambientes de acordo com quem o ocupasse, conforme a atividade realizada. Isso ajudava a poupar energia, melhorar o humor e diminuir a sensação de confinamento.
Leia mais (07/14/2014 – 02h00)