Há cerca de um mês, logo após sua liberação, instalei uma cópia da “ Technical Preview ” de Windows 10 em minha máquina reserva para ganhar alguma experiência e conhecer suas novidades com o objetivo explícito de comentá-las com vocês, meus preclaros leitores. Por se tratar daquilo que se pode chamar de “versão pré-beta”, não faria sentido aboletá-la em minha máquina principal onde mantenho os programas, muitos deles essenciais ao meu trabalho tanto de engenheiro quanto de colunista. No estágio de desenvolvimento em que estão as versões de Windows 10, ainda sujeitas a falhas, incompatíveis com certos dispositivos e caracteristicamente instáveis como soe acontecer com versões em estágio de desenvolvimento incipiente, seria uma insanidade arriscar sua instalação permanente na máquina de trabalho. Usando o Windows 10, por B. Piropo (Foto: Divulgação/Microsoft) Por outro lado, já há alguns anos deixei de manter meus arquivos de dados em discos rígidos de computadores. São valiosos demais para correr tal risco – se bem que com a evolução dos dispositivos de armazenamentos ao longo dos anos, discos magnéticos estão se tornando cada vez mais confiáveis. Ainda assim, prefiro manter meus preciosos arquivos em um dispositivo de armazenamento externo, ou NAS (“ Network Attached Storage ”, ou armazenamento conectado à rede), um velho ix2 (ainda dos tempos da Iomega, hoje comprada pela Lenovo) conectado à minha rede doméstica. Veja todas as colunas do B. Piropo Além disso, um conjunto selecionado de arquivos, os mais recentes e aqueles cujo acesso é mais frequente, repousam em suas pastas do magnífico utilitário Dropbox, que armazena uma cópia “na nuvem” e mais uma em cada computador em que o módulo do programa for instalado, mantendo as cópias sempre sincronizadas. O que traz duas vantagens de inestimável valor: a primeira é se constituir em um dispositivo de segurança que torna os arquivos nele armazenados praticamente indestrutíveis, já que só serão perdidos se algo destruir concomitantemente todas as cópias mantidas em cada computador a ele vinculado (os meus, são cinco, incluindo portáteis e o do escritório), além daquelas guardadas nos próprios servidores do Dropbox. E até agora a única possibilidade que me veio à mente de algo assim acontecer é a queda de um meteoro como aquele que extinguiu os dinossauros há cerca de 65 milhões de anos – mas se ela se manifestar, o acesso aos arquivos passará a ser absolutamente irrelevante. A segunda vantagem, a que mais nos interessa no contexto atual, é que posso ter acesso a este seleto conjunto de arquivos de qualquer máquina, inclusive de meus telefones espertos (que também são vinculados ao Dropbox e, embora não guardem cópias integrais dos arquivos, podem baixar qualquer um via Internet). Resultado: instalado o módulo do Dropbox para Windows (que não demonstrou qualquer incompatibilidade com a versão pré-beta) na máquina onde roda a versão “ Technical Preview ” do Windows 10, posso dela acessar todos os arquivos que preciso para meu trabalho diário. Resultado: passei a ter acesso a todos os meus arquivos a partir dela, não somente os do Dropbox, que uso cotidianamente, como os do NAS, que está na mesma rede. Então, voltando ao que interessa: como o que dá a garantia de conhecer um sistema operacional é seu uso frequente e como configurei toda esta parafernália de computadores, tabletes e telefones para obter acesso amplo a meus arquivos de trabalho, comecei a usar cada vez mais o Windows 10 nas tarefas do dia-a-dia. Sempre mantendo o objetivo de me inteirar melhor dele e de suas diferenças em relação às versões anteriores para poder transmiti-las a vocês, que se dão ao trabalho de ler estas mal traçadas. Pelo menos assim foi no início. Visual do Windows 10 (Foto: Reprodução/B. Piropo) Pois não é que gostei? E tanto gostei, de tal forma passei a bem me entender com o novo Windows 10, que pouco tenho usado o “velho” Windows 8.1. Na verdade somente apelo para ele, que roda na máquina de trabalho, quando preciso recorrer a um programa que lá esteja instalado e ao qual não tenho acesso desta que vos fala. Sim, porque esta coluna está sendo digitada na máquina reserva com Windows 10, da qual tenho feito uso praticamente todo o tempo, inclusive para cumprir minhas tarefas de trabalho. Veja sua tela na Figura 1, da qual voltaremos a falar adiante. E tenho cada vez mais me convencido que, desta vez, premida pelas circunstâncias e forçada pela grande rejeição do mercado ao Windows 8.x, a MS acertou a mão. Windows 10 é um sistema operacional cuja interface com o usuário, finalmente, dá prazer em usar. E o estou usando. Aproveitando-me de sua extraordinária flexibilidade, configurei-o de forma a satisfazer minhas preferências. E a primeira providência foi me livrar do novo Menu Iniciar. E já pressinto a onda de espanto que o parágrafo anterior alevantará quando publicado. Afirmei eu que teria me livrado do Menu Iniciar do Windows 7, aquele que foi amputado no Windows 8.x, amputação esta que provocou tamanha onda de indignação, pranto, furor e ira na comunidade de usuários Windows que, alegadamente, foi a principal responsável pelo repúdio ao novo sistema? Sim, afirmei, afirmo e reitero. E, embora o indignado leitor Helles Modeline tenha comentado no pé de minha coluna anterior “ nem perdi tempo lendo, vc foi o unico que nao gostou do iniciar de volta (sic)”, por mais que eu ache estranho alguém comentar uma coluna que declara não ter lido, eu cá solitário no meu canto dispensei o malfadado Menu Iniciar. saiba mais Prêmio Darwin 2014 O sonho de James Bond Fernando e a nuvem Tecnologias duras de matar Cecília Meireles é homenageada em Doodle do Google Como gosto não se discute, me absterei de discutir o dos milhões de usuários que se sentirão felizes e recompensados com o retorno do Menu Iniciar no Windows 10 e não somente compartilho sinceramente seu regozijo como me solidarizo com eles. Em termos de alterações na interface com o usuário, nada pior que o desaparecimento de algo com que já estávamos acostumados e a que já tínhamos desenvolvido o hábito de recorrer diariamente. Para estes usuários, é bom ter de volta seu Menu Iniciar – ou alguma coisa parecida e compartilhando o mesmo nome, como ocorreu em Windows 10. O que me leva a afirmar que não foi a volta do Menu Iniciar em Windows 10 que me desagradou, mas sim a forma pela qual foi feita. Explico: se ele simplesmente tivesse reaparecido mesmo com as alterações que nele fizeram – a meu ver, para pior – eu pouco me incomodaria. Quem quer, usa, quem não quer, não usa e um não tem que dar pitaco na escolha do outro. O problema é que não foi isto que a MS fez. Pois pelo menos na forma pela qual foi incluído na atual versão da “ Technical Preview ”, o Menu Iniciar e a Tela Inicial são alternativos: há que escolher entre um e outro e, exercida a escolha, não há como passar de um para o outro exceto reconfigurando a máquina e saindo da sessão de trabalho (ou seja, efetuando o “ logoff ”) após fechar todos os aplicativos abertos. Simplificando: em Windows 10 (pelo menos no estágio atual das versões “ Technical Preview ”), o Menu Iniciar e Tela Inicial só podem ser usados na base do “ou/ou”: ou um ou outro. Acontece que, ao menos para mim, desde que ajustada às preferências de cada usuário e com os ícones e blocos dinâmicos distribuídos de forma racional e reunidos em grupos correlatos (o que a interface com o usuário de Windows 10 permite fazer com facilidade), é muito mais fácil encontrar o programa que estou procurando na Tela Iniciar do que no novo Menu Iniciar. Notem que entendo que a afirmação acima pode ser contrária à opinião da imensa maioria dos meus preclaros leitores, opinião esta que merece todo meu respeito mas não necessariamente minha anuência. Mas ela rxpressa minha maneira de ver as coisas e é um reflexo de meus hábitos de usuário (daí a ressalva “ao menos para mim” lá do começo). Resumindo: ela exprime minha opinião, que merece da parte de quem não a aprova todo o respeito, ainda que com ela não concordem. Mas, discussões à parte, do ponto de vista da usabilidade nada disto vem ao caso. O que vem ao caso é que Windows 10 permite que o usuário escolha quase tudo (é extraordinária a flexibilidade de sua interface). E eu escolhi a Tela Iniciar, posto que as funcionalidades que realmente me interessam no novo Menu Iniciar de Windows 10 não estão neste menu propriamente dito, mas no seu menu de contexto, que aparece (e continua aparecendo, mesmo para quem opta pela Tela Inicial) quando se clica com o botão direito do mause no ícone de Windows, à esquerda da Barra de Tarefas – que, por sinal, em Windows 10 também é exibida na Tela Iniciar quando se move o ponteiro do mause para a base da tela. Mas por que me encantei tanto com Windows 10? Sobram razões. Mas a principal é a que pode ser apreciada com um novo exame da Figura 1, lá de cima. Reparem: nela, em baixo e à direita, aparece uma instância do aplicativo “Notícias”; em cima e à esquerda uma instância do aplicativo “Mapas”; e, no centro da tela, uma pequena janela do utilíssimo aplicativo de captura de telas “Ferramenta de Captura” de Windows. Todas elas abertas sobre uma instância de Word ocupando a tela cheia da Área de Trabalho de Windows 10, como se pode perceber pela Barra de Tarefas que atravessa toda a base da tela. Estamos, então, usando a interface “Área de Trabalho” de Windows 10, essencialmente a mesma boa e velha Área de Trabalho de Windows 7 com que todos estamos acostumados. E sobre ela, três aplicativos “modernos”, ou seja, desenvolvidos especificamente para a nova interface criada a partir de Windows 8 e otimizada para dispositivos com telas sensíveis ao toque. E, como é sabido, esse tipo de aplicativo não roda na Área de Trabalho. E muito menos em janelas redimensionáveis. Pois bem: em Windows 10, roda. Esta não será a única novidade de Windows 10. Há muitas outras, inclusive a já mencionada e controversa ressuscitação do Menu Iniciar, a possibilidade de criar Áreas de Trabalho adicionais e usar a que for mais adequada à tarefa que se está cumprindo, o aprimoramento da função de pesquisas, a implantação da nova função “Exibição de tarefas”, em suma, um monte de coisas interessantes, cujos detalhes examinaremos e discutiremos nas próximas colunas caso venha a ser do agrado de vocês. Mas a meu ver, a mais interessante foi a possibilidade de rodar, agora, qualquer tipo de aplicativo, moderno ou convencional, em janelas da Área de Trabalho. Janelas, meu preclaro leitor, janelas. Afinal, o sistema operacional chama-se “Windows” ou não? Até a próxima B. Piropo
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