Tem gente que não dispensa uma boa comida japonesa à base de peixe cru, porém, uma notícia pode desagradar: atualmente, o sushi possui 283 mais parasitas do que na década de 1980. A constatação foi de pesquisadores da Universidade de Washington, nos EUA, que encontraram uma concentração mais elevada do Anisakis, popularmente conhecido como verme de arenque e verme do sushi, em comparação a 40 anos atrás.
Foram analisados dados de diferentes regiões e épocas, para se chegar à concentração de Anisakis durante o passar dos anos. “Este estudo aproveita o poder de muitas pesquisas juntas para mostrar uma imagem global de mudança em um período de quase 4 décadas”, diz a professora Chelsea Wood, da Escola de Ciências Aquáticas e da Pesca da Universidade de Washington.
Além de compreender o impacto que isso pode causar na saúde dos humanos, o relatório pode mostrar como mamíferos marinhos também são afetados por esse aumento no número de vermes.
Nas pessoas que ingerem os vermes, os sintomas variam de náusea a diarreia, mas costumam cessar em poucos dias. A doença causada é a anisaquíase, mas normalmente acredita-se se tratar apenas de uma intoxicação alimentar. Felizmente, os sushimans são preparados para detectar os vermes na carne dos peixes, já que eles podem chegar a até 2 cm de comprimento e apresentar uma coloração esbranquiçada. Assim, dificilmente eles chegam até o consumidor final das iguarias japonesas.
Verme é facilmente visto a olho nuFonte: Wikimedia Commons
Porém, os mamíferos marinhos não possuem a mesma sorte: eles quase sempre ingerem os peixes com Anisakis e os expelem pelas fezes, que contaminam pequenos crustáceos, como camarões. Depois, acabam voltando para os peixes que se alimentam desses animais menores, fechando o ciclo de contaminação.
Ainda não se sabe, porém, se eles causam algum impacto na saúde de mamíferos como as baleias e os golfinhos, mas dada a sua resistência, é bem provável que tenham, sim, algum efeito. Inclusive, especula-se que esse seja o motivo para que algumas espécies de mamíferos não conseguem procriar corretamente, aumentando a espécie, por conta do anisaquíase.
Também não foi possível determinar as causas para o aumento na quantidade dos vermes de arenque. Acredita-se que as mudanças climáticas, o excesso de fertilizantes e o aumento da população mamífera marinha tenham contribuído para esse cenário.
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