Windows 10: experimente em um disco virtual antes de instalar no seu PC

Pelos comentários e postagens que tenho lido nas redes sociais percebo que Windows 10 vem despertando um grande interesse, principalmente entre os usuários que estão rodando a mais recente atualização de Windows 8 (a Windows 8.1 update) e ainda não estão satisfeitos. Estes, presumo eu, são os que mais gostariam de conhecer as novidades de Windows 10. Veja todas as colunas do B. Piropo Em princípio, nada os impede. Afinal, a versão, digamos, “experimental” de Windows 10, conhecida como “ Technical Preview ” está sendo oferecida pela Microsoft a quem por ela se interessar. E de graça, bastando que algumas formalidades sejam preenchidas. Portanto, por que não instalá-la para testar? Bem, para quem dispõe de uma máquina reserva e pode destiná-la a este fim não há qualquer impedimento. Basta baixar o arquivo de instalação e executá-lo. Para obtê-lo, visite a página “ Baixe o Windows Technical Preview ” e, depois de inscrever-se no “ Windows Insider Program ” e clicar no atalho “ requisitos do sistema ” para verificar se seu hardware suporta a instalação (sem deixar de ler atentamente todas as recomendações), role a página para baixo e clique no atalho correspondente ao arquivo de instalação do Technical Preview que lhe interessa: o “ Português (Brasil) de 64 bits (x64) ” ou o “ Português (Brasil) de 32 bits (x86) ”, dependendo do processador de sua máquina. Isto transfere o arquivo para sua máquina. Em seguida, grave-o em uma mídia que possa ser usada para inicializar (ou “dar boot ”) na máquina, como um disco de memória (“ pen drive ”) ou um DVD e instale o sistema a partir dela. O problema é que nem todo o mundo dispõe de uma máquina “sobrando”. E sei de alguns usuários que têm se sentido tentados a instalar a versão de teste na máquina de trabalho. O que pode ser muito perigoso. A não ser… Bem, antes de explicar o “a não ser” aí de cima, convém repisar o óbvio e discorrer sobre as razões que desaconselham a instalação de uma cópia de testes na máquina de trabalho. Razões tão evidentes que dispensam longas argumentações. Basta lembrar que, estando ainda em estágio de desenvolvimento, a versão distribuída pela MS é sujeita a falhas e uma destas falhas pode deitar a perder os arquivos armazenados no computador. Além disso, pode apresentar instabilidade capaz de tornar a máquina imprestável para um trabalho sério. E, mesmo que nada disso aconteça, cedo ou tarde, assim que a versão comercial vier à luz, a de testes perderá a validade. E, na maior parte das vezes, quando isto ocorre é preciso reformatar a máquina e instalar a versão final a partir do zero, perdendo-se as instalações de programas e arquivos. Portanto é bom deixar a máquina de trabalho em paz. E é aí que entra o “a não ser”. Isto porque pode-se recorrer a um artifício que permite instalar um novo sistema operacional em uma máquina existente de tal maneira que ele coexista com o que lá está instalado sem que um jamais possa interferir com o outro. E mais: que, quando o usuário desejar, pode ser removido sem deixar rastros. O artifício consiste em criar um disco virtual (ou “VHD”, de “ Virtual Hard Disk ”) na máquina existente para nele instalar o novo sistema. O disco virtual na verdade é um arquivo criado no disco rígido do computador que se comporta como se fosse uma unidade de disco independente na qual um segundo sistema operacional pode ser instalado. Porém isto é feito de forma tão engenhosa que, criado o disco virtual e nele instalado um segundo sistema, pode-se escolher durante a inicialização da máquina com qual deles se vai trabalhar (veja Figura 1) e, feita a escolha e carregado o sistema desejado, ele jamais interferirá com o outro. Desta forma pode-se garantir que caso algum desastre desses que deitam dados e programas a perder vier a ocorrer com um deles, a integridade do outro permanece preservada. imagem 1 A agora podemos completar o raciocínio lá de cima: nunca instale uma cópia de teste de um sistema operacional em sua única máquina de trabalho a não ser que o faça em um disco virtual criado na unidade de armazenamento da máquina. Mas como fazê-lo? Simples. Basta seguir os passos adiante descritos. Porém, antes de sequer pensar em começar, assegure-se de ter meios de desfazer qualquer cangancha que porventura venha a ocorrer. Sim, porque você está prestes a alterar características básicas do sistema através de uma operação delicada e sujeita a erros. Então é conveniente ter a certeza que terá meios de corrigir qualquer coisa que venha a dar errado. E a melhor forma de garantir isto é não apenas ter uma cópia de segurança (“ backup ”) atualizada como também dispor de uma unidade de recuperação do sistema (e, se você se abstiver de tomar essas providências elementares de segurança, não reclame se algo der errado e seus preciosos arquivos e programas instalados na máquina forem para o brejo; ou pelo menos não reclame comigo e não diga que não foi avisado). No que toca à cópia de segurança, não há muito o que dizer (na verdade há, mas já foi dito tantas vezes que não vou me dar ao trabalho de repetir). Já no que toca à unidade de recuperação, nada mais fácil do que criar uma em um disco de memória (“ pen drive ”) ou ótico (DVD). O procedimento é simples e indolor: abra a caixa de pesquisas e digite nela “unidade de recuperação”. Um dos resultados da pesquisa será, forçosamente “Criar uma unidade de recuperação”. Clique nele para abrir a janela “Unidade de Recuperação”, escolha a mídia onde ela será criada (“ pen drive ” ou DVD) e siga as instruções da tela. Feito? Agora que estamos precavidos contra quaisquer desditas, vamos em frente. saiba mais Windows 10: a triste ressurreição do Menu Iniciar  Por que Windows 10? Usando Windows 10 Depois de baixar o arquivo de instalação conforme descrito nos parágrafos iniciais e gravá-lo em um meio que possa ser usado para inicializar a máquina (ou seja: “ pen drive ” ou DVD), o próximo passo é a criação do disco virtual onde Windows 10 “ Technical Preview ” será instalado. Para isto você vai precisar de não menos que 32 GB de espaço livre em disco rígido. Verifique se realmente dispõe dele e, confirmado, crie na raiz do disco rígido uma pasta denominada “VHD”. É nela que o arquivo que conterá seu disco virtual irá residir. Pronto. Agora, vamos criá-lo. Abra a caixa de pesquisas e entre com: compmgmt.msc Provavelmente você receberá um único retorno, o próprio “compmgmt.msc”. Clique nele com o botão direito do mause e escolha “Executar como administrador” para abrir a janela “Gerenciamento do computador”. Isto vai abrir o console de gerenciamento do computador. Em seu painel esquerdo aparece a entrada “Gerenciamento de disco”. Clique nela e espere aparecer no painel central a lista de discos conectados ao computador. imagem 2 Em seguida abra o menu “Ação” e clique em “Criar VHD para abrir a janela “Criar e Conectar Disco Rígido Virtual”. Nela, entre com o local do arquivo que conterá seu disco virtual (a pasta VHD que foi criada anteriormente) e forneça um nome para o arquivo (sugiro Win10.vhd).  Para isto basta preencher a caixa “Local” com: X:\VHD\Win10.vhd onde “X” é o designador da unidade de disco escolhida (que pode ser “C” se você assim o desejar). Ainda nesta janela, escolha a capacidade do disco virtual (sugiro 32 GB; atenção que, na janela, o valor da unidade, por padrão, é MB e deve ser alterado), mantenha as demais opções com os valores padrão (“VHD” para “Formato de disco rígido virtual” e “Tamanho fixo” para “Tipo de disco virtual”) e saia clicando em OK (Veja figura 3). imagem 3 O disco virtual será criado e você poderá acompanhar o progresso na barra que aparece na base da janela de Gerenciamento de discos. Depois que ela indicar que a tarefa foi cumprida, acione a opção “Atualizar” do menu “Ação” da janela do Gerenciador de discos e note que aparece uma nova unidade na lista (veja na Figura 4 a que foi criada nessa máquina que vos fala; na sua, o nome – atribuído pelo sistema – pode ser diferente, mas o essencial é que um novo “disco” apareça na lista). imagem 4 Agora que seu disco foi criado, falta cumprir algumas formalidades exigidas pelo sistema, a saber: “anexá-lo” e “inicializá-lo”. Coisa simples. Comece clicando com o botão direito do mause sobre o novo disco (assinalado em vermelho na Figura 4) e acione a opção “Anexar VHD” do menu de contexto que então se abre. Depois, repita o clique com o botão direito sobre o mesmo disco e acione a opção “Inicializar disco”. Isto fará se abrir uma janela com o novo disco selecionado e indagando o estilo ser usado para a partição. Mantenha marcada a opção padrão, MBR, e saia clicando em OK Seu disco virtual está criado, anexado ao sistema e inicializado, pronto para receber o novo sistema operacional. Então vamos instalar nele Windows 10 a partir da mídia de instalação adrede preparada, o “ pen drive ” ou o DVD no qual o arquivo ISO de instalação foi gravado. Comece ajustando o “ setup ” de sua máquina para inicializar (dar “ boot ”) a partir da unidade de disco desejada, seja USB para o “ pen drive ”, seja o acionador de discos óticos para o DVD, dependendo de onde você gravou o arquivo de instalação. Isto feito, inicialize a máquina com a mídia de instalação de Windows 10. No início tudo corre como em uma instalação de sistema em um disco convencional: aparecem janelas solicitando informações que devem ser fornecidas pelo usuário. imagem 5 A primeira abrange as opções de região e idioma. Ajuste-as ou mantenha os valores padrão. Depois, há que aceitar as condições de instalação. E, finalmente, há que escolher o tipo da instalação (ver Figura 5; e a partir deste ponto, devo pedir desculpas a meus preclaros leitores no que toca à qualidade das imagens, posto que as telas de instalação não foram capturadas, foram fotografadas). Como vamos instalar em um “disco” recém-criado, deve-se escolher a segunda opção: “Personalizada: instalar apenas o Windows (avançado)”. Isto feito, chega-se à tela na qual deverá ser escolhido o local da instalação. E você irá reparar que justamente o local onde você deseja efetuar a instalação, seu disco virtual recém-criado, não aparece na lista de opções disponíveis como pode ser visto na Figura 6. É preciso inclui-lo. E você terá que fazê-lo na força bruta, usando uma janela de comandos e entrando com os comandos um a um, como nos velhos tempos do DOS e sua interface de caracteres. O que me leva a lembrar que este tipo de interface é absolutamente inflexível. Qualquer erro de digitação, por menor que seja, é detectado e recusado. Portanto, verifique se cada comando é digitado exatamente como aí embaixo, sem um espaço faltando ou sobrando e sem um caractere fora do lugar (é, meu amigo, eram duros os tempos do DOS). imagem 6 Então vamos lá. A primeira coisa que precisamos é uma janela de comandos (ou “ Prompt de comandos”) para inseri-los. Para isto, enquanto é exibida a tela solicitando a escolha do local de instalação, acione a combinação de teclas “Shift+F10” para abrir a janela de comandos Com ela aberta, em sua linha de comando, digite: diskpart e tecle ENTER. O “ prompt” mudará para: DISKPART Entre então com o comando: select vdisk file=D:\Win10.vhd e, novamente, tecle ENTER. O sistema responderá: DiskPart selecionou com êxito o disco virtual Finalmente, introduza mais um comando: attach vdisk e tecle ENTER. O sistema responderá: 100 por cento concluído DiskPart anexou com êxito o arquivo de disco virtual Feito, sua tarefa está concluída. Saia do DiskPart com o comando: exit e feche a janela de comandos clicando no “x” exibido no seu canto superior direito. A Figura 7 mostra esta janela com a sequência de comandos digitados. imagem 7 Isto o levará de volta à tela de escolha do local de instalação. Nela, clique em “Atualizar” para renovar a lista, aguarde um pouco e veja que aparece uma nova lista oferecendo em seu final um local adicional para instalação do sistema, como pode ser visto na Figura 8. Trata-se do “Espaço não alocado na unidade 7”, justamente o disco virtual recém criado (novamente: no seu caso o nome pode ser diferente; o importante é que o novo “disco” apareça na lista dos locais disponíveis para instalação). imagem 8 Pronto, disco anexado, problema resolvido. Agora, basta selecioná-lo como local da instalação do sistema, clicar em “Avançar” e prosseguir com a instalação. O resultado final é uma instalação “limpa” do Windows 10 “ Technical Preview ”. A máquina, agora, disporá de dois sistemas operacionais que poderão ser acionados um de cada vez conforme escolha feita durante a inicialização da máquina, imediatamente antes da carga do sistema, no menu mostrado na Figura 1. imagem 9 A Figura 9 mostra a Área de Trabalho após Windows 10 “ Technical Preview ” ter sido selecionado durante a inicialização de minha máquina de trabalho onde eu a instalei em um disco virtual. Como eu uso três monitores nesta máquina, Windows 10 estendeu a Área de Trabalho por todos eles independentemente de qualquer intervenção de minha parte (aliás, o suporte a múltiplos monitores é um dos pontos fortes de Windows 10). Repare que nesta Área de Trabalho estão rodando três programas simultaneamente, um convencional (o Explorador de Arquivos) e dois modernos, o aplicativo “Pessoas”, aninhado junto à borda esquerda do monitor da esquerda, e “Calendário”, no monitor da direita, rodando em uma janela (sim, Windows 10 permite que aplicativos modernos rodem em janelas redimensionáveis na Área de Trabalho). E agora você já sabe como instalar a “ Technical Preview ” de Windows 10 em sua máquina sem que seus arquivos e programas corram qualquer risco usando uma unidade de disco virtual. Bom proveito e boa sorte na instalação. B. Piropo

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