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Xbox Game Pass e a criação de um jardim murado

Uma das vantagens do PC como plataforma para jogos está na sua grande quantidade de serviços de distribuição digital. Com as lojas tentando conquistar os consumidores, temos visto uma batalha para oferecer preços cada vez mais baixos e até com algumas delas nos dando alguns extras. Porém, além disso nos levar a ter nossas bibliotecas espalhadas por vários lugares, uma novidade trazida sem muito alarde pelo Xbox Game Pass tem deixado algumas pessoas indignadas.

Nier: Automata Become as Gods Edition - Xbox Game Pass

Crédito: Divulgação/PlatinumGames

O problema é que mesmo sem ter divulgado isso anteriormente, alguns jogos de PC que chegaram recentemente ao serviço de assinatura da Microsoft são melhores do que aquelas vistas em outras lojas. O primeiro a ser notado pelos jogadores foi o Nier: Automata Become as Gods Edition, versão que foi desenvolvida por uma empresa chamada QLOC.

Contando com uma taxa de frames mais estável e suporte a HDR, FidelityFX, texturas da interface do usuário aumentadas para 4K e até nos permitindo executar o jogo em modo janela sem bordas, fazendo assim com que ele rode na resolução correta quando iniciarmos. De acordo com o estúdio, tais incrementos foram pedidos feitos pela PlatinumGames, mas aquilo que deveria ser motivo para comemorações, rapidamente teve o efeito inverso.

Acontece que algumas dessas melhorias sempre foram pedidas por aqueles que adquiriram o título no Steam, o que resultou numa chuva de reclamações e como desde o seu lançamento (2017) a Square Enix tem ignorado solenemente o seu público, coube aos modders agirem e lançar modificações que corrigem essas falhas.

Mas aquilo que poderia ser considerado “apenas” uma adaptação preguiçosa ficou muito pior a partir do último dia 18, pois além de algumas pessoas terem se sentido traídas ao ver o lançamento de uma versão melhor, por enquanto a editora japonesa segue fazendo silêncio em relação às melhorias serem empregadas no jogo que elas já possuem.

Assim, a maneira que esse pessoal encontrou para protestar foi criando análises negativas para o Nier: Automata do Steam, prática popularmente conhecida como Review Bombing. No geral os jogadores exigem que o mesmo tratamento seja dado à cópia pela qual pagaram ou eles recomendam que aqueles que estiverem interessados em adquirir o jogo, que o façam na Microsoft Store ou via Xbox Game Pass, já que apenas desta maneira terão acesso a melhor versão do game.

Crédito: Divulgação/Tango Gameworks

Este poderia muito bem ser um caso isolado, mas para o bem ou para o mal, o mesmo aconteceu com outro título, o The Evil Within. Segundo um speedrunner conhecido como Jigzaw_Killer, o jogo da Tango Gameworks que foi adicionado há poucos dias no Xbox Game Pass recebeu tantas melhorias, que pode ser considerado até como uma remasterização.

A empolgação do rapaz se dá ao fato que aqueles que forem encarar esta nova versão do jogo de terror terão, por exemplo, acesso a um modo em primeira pessoa (com a opção de alterar o campo de visão). Além disso, nele será possível alterar a maneira como a câmera  sacode e ajustar a mecânica de resistência do protagonista, o que significa que se antes conseguíamos correr por apenas três segundos, agora o padrão passa a ser cinco segundos.

E da mesma forma como está acontecendo com o Nier: Automata, nada foi dito sobre a possibilidade de tais alterações serem empregadas no jogo disponível no Steam. É verdade que a quantidade de reclamações em relação a ele seja menor, mas já é possível ver diversas avaliações negativas na loja da Valve, com os consumidores novamente lamentando a maneira como foram deixados de lado.

Ainda é cedo para sabermos se essa diferença entre versões de um mesmo jogo para PC se tornará padrão, mas acredito que a Microsoft está partindo para um caminho um tanto perigoso. Se a Epic Games Store foi duramente criticada pelos consumidores por causa da sua feroz aquisição de exclusivos, imagino que muitos também não gostarão de saber que a melhor versão de um jogo que lhes interessa só estará disponível nesta ou naquela loja.

O lamentável nesta história é pensar que a chegada de tais jogos ao Xbox Game Pass poderia significar uma melhoria universal para eles e não o possível início de um ecossistema fechado que serviria apenas como forma de segregação, algo pelo qual os consoles sempre foram tão criticados por aqueles que preferem jogar no PC. Por isso torço para que esse modelo de negócios não seja levado adiante, pois não vejo benefícios no surgimento de um serviço para PC que prive de uma melhor versão de um jogo, todos que preferiram não gastar dinheiro com ele.

Fonte: PCGamer


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