A oitava geração de consoles teve um detalhe que a tornou bem diferente das demais: o lançamento de aparelhos mais poderosos após alguns anos, tanto por parte da Sony quanto da Microsoft. Tais videogames poderiam muito bem servir como consoles de entrada para a próxima geração, mas quando a Gigante de Redmond anunciou que deixaria de produzir — para alguns, de maneira prematura — o Xbox One X, tal decisão pareceu não fazer muito sentido.
A desconfiança era de que a Microsoft não queria ter um videogame que concorresse com (e eventualmente canibalizasse) o Xbox Series S, modelo mais barato e que não será capaz de rodar jogos na resolução 4K, mas apesar desta teoria fazer sentido, não é o que a companhia defende. Ao conceder uma entrevista ao site Eurogamer, o arquiteto de sistema Andrew Goossen explicou o motivo para eles terem optado por este caminho.
“[…] sentimos que a nova geração é definida por aspectos como a Xbox Velocity Architecture e recursos gráficos, como taxa de shading variável, ray tracing e 4X de aumento de desempenho de performance na CPU. E então queríamos ter certeza de que haveria um nível de entrada pelo preço correto para que pudéssemos realmente avançar a geração, em vez de segurá-la. Já ouvi dizerem que o Xbox Series S segurará a próxima geração, mas na verdade vejo o Series S avançando, porque ao criar o Series S, nós teremos mais jogos sendo escritos para as características da próxima geração.”
Outro fator que fez com que a Microsoft preferisse apostar no Xbox Series S como seu console de entrada era a dificuldade em diminuir o preço do One X. Segundo Goossen, reduzir o tamanho do processador Scorpio Engine e os 12 GB de GDDR5 (divididos em 12 módulos DRAM) mostrou-se uma tarefa difícil, fazendo com que o novo videogame pudesse ser mais barato.
Conforme explicou o funcionário da Microsoft, anteriormente era muito mais fácil reduzir o preço de um console, já que no início das gerações uma fabricante podia colocar colocar nos videogames o máximo de silício e performance que conseguisse, pois o tempo e a produção em massa faria com que o custo caísse. Contudo, com o lançamento de aparelhos como o PlayStation 4 Pro e o Xbox One X, hoje em dia isso não acontecesse mais.
Embora eu não tenha testado o Xbox Series S, por tudo o que tenho visto ser publicado, a opinião de Andrew Goossen parece fazer sentido. Mesmo com o novo console passando a impressão de não ser muito mais poderoso que o One X, há tantas melhorias nele que justifica a Microsoft ter deixado a oitava geração para trás. A combinação do processador Zen 2 e o SSD fez com que a utilização do videogame alcançasse outro patamar e como mesmo neste modelo mais barato teremos acesso a recursos como ray tracing, não vejo motivo para reclamações.
Aliás, não concordo com as pessoas criticando o Xbox Series S ao usar o argumento de que ele servirá como uma âncora para a nona geração, com a sua inferior capacidade de processamento impedindo que os jogos se tornem mais bonitos ou recebam recursos que não eram possíveis nos videogames antigos. Se o problema for esse, qual o sentido então em desejar que o One X continuasse sendo vendido ou que a transição entre as gerações perdure pelo maior tempo possível?
Por isso acredito que a menos que um Xbox One X tivesse seu preço reduzido para cerca da metade, acho que não haveria porque a Microsoft continuar mantendo-o no mercado. De qualquer forma, vejo de maneira muito positiva a proposta deles de oferecer com o Xbox Series S uma alternativa para quem não quer deixar de pular de geração e não faz tanta questão de gráficos em UltraHD. Para todos os demais, o Series X está aí, com toda a força bruta que a tecnologia (e o investimento de uma bela grana) tem a nos oferecer.
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