A Microsoft anunciou, nesta quinta-feira (30), o lançamento oficial do Xbox Cloud Gaming (xCloud) em todo o Brasil. Depois de quase um ano de testes no país, o serviço de jogos pela nuvem ficará disponível a partir das 15h (horário de Brasília) de hoje, sem nenhum custo adicional, para todos os assinantes do Game Pass Ultimate em computadores com Windows (via app e browser), Mac e dispositivos Android e iOS (tablets e smartphones)
E para falar de mais detalhes sobre a novidade tão aguardada pelos jogadores, o Voxel conversou com Catherine Gluckstein, a vice-presidente e head de Produção e Estratégia de Xbox Cloud Gaming e Kareem Choudhry, que é vice-presidente corporativo de Cloud Gaming da Microsoft.
Choudhry começa contando que os assinantes terão à disposição “centenas de jogos”. Ele explicou, inclusive, sobre a biblioteca brasileira. “De maneira simples, podemos dizer que ela é igual a dos Estados Unidos. Contudo, há questões legais em cada país que acabam fazendo com que alguns jogos não estejam disponíveis em um lugar ou outro”.
Sobre outro aspecto essencial, ele explicou que o serviço exige uma conexão de internet de pelo menos 10 megabits por segundo (10 Mbps). Além disso, o executivo comentou que será possível jogar até mesmo na conexão 4G no celular e no Wi-Fi (desde que seja de 5 Ghz). Gluckstein complementou dizendo que se a pessoa utiliza serviços como streaming de filmes e séries (como a Netflix) sem problemas, os jogos também rodarão sem dificuldade.
Além disso, não será exigido dos jogadores computadores ou celulares de última geração, já que o todo o processamento dos games é realizado nos servidores da Microsoft.
Democratização dos jogos de Xbox
Os executivos da Microsoft contaram um pouco de como foi o trabalho para trazer o xCloud para o Brasil. Além do nosso país, México, Japão e Austrália também estão recebendo a versão Beta do serviço, totalizando 26 nações cujos jogadores podem acessar os games diretamente da nuvem sem precisar baixar.
“Nós sempre trabalhamos para colocar os fãs em primeiro lugar. Para isso, queremos que ele jogue em qualquer lugar, o que justamente o xCloud possibilita. Nós estamos sempre ouvindo o feedback para construir o melhor ecossistema de jogos possível”, defende Choudhry.
Gluckstein complementou a fala do colega dizendo que o serviço “democratiza o acesso das pessoas aos games do Xbox” e que com o sistema será possível começar jogando um game no console e continuar com o save jogando pelo celular ou computador, por exemplo.
A executiva relembrou que a prévia do xCloud no Brasil começou em novembro de 2020 com o Android e que desde então a Microsoft tem estudado o desempenho do sistema e a opinião dos consumidores brasileiros. Neste sentido, ela diz que a “paixão dos fãs locais” foi essencial para atender à demanda.
“Os consumidores foram muito legais (na fase de prévia). O engajamento dos brasileiros foi incrível e nós vimos esse movimento até como uma forma de atestar a qualidade daquela experiência que eles estavam tendo”, disse.
Desafios
Ao contrário do que se poderia imaginar, a infraestrutura de rede deficitária do Brasil não foi o principal desafio enfrentado pela Microsoft para trazer o xCloud. No caso, a pandemia de covid-19 foi o que mais dificultou o processo.
“Ainda estamos todos em casa e coordenar tudo de forma remota foi bastante desafiador. Aí no Brasil temos times em São Paulo e no Rio (de Janeiro) e durante esse período não pudemos fazer nenhum tipo de visita, foi tudo pela internet”, afirmou Choudhry.
Gluckstein contou que apesar de a marca ter lançado a prévia no final do ano passado, estudos gerais (não só sobre o Brasil) acontecem há mais de 3 anos. Neste período, as equipes foram mapeando as questões técnicas de infraestrutura e procurando parceiros locais. Sobre este último ponto, inclusive, o Microsoft Azure (plataforma de computação em nuvem) é um dos parceiros que ajudam na execução do xCloud por aqui.
Fim dos consoles?
Choudhry se antecipou e respondeu a um dos principais questionamentos sobre os jogos em nuvem: de acordo com ele, os consoles não acabarão. “O cloud gaming é um aditivo para os consoles e não vai substituir a experiência de jogar em um videogame. É como os vídeos, você pode assistir na tela grande, no computador, no celular e todas são experiências diferentes que se complementam”.
O representante da empresa norte-americana de tecnologia argumentou ainda que a ideia do jogo na nuvem é tentar levar a experiência da jogatina de títulos como Halo, Forza e Psychonauts para outros dispositivos.
A vice-presidente e head de Produção e Estratégia de Xbox Cloud Gaming citou que vários jogos estão sendo adaptados para funcionar de maneira nativa com o touch dos celulares, por exemplo.
“Nós queremos que todas as pessoas tenham a possibilidade de aproveitar videogames em qualquer lugar. Já são mais de 3 bilhões de pessoas que jogam alguma coisa ao redor do mundo. E com o cloud gaming nós oferecemos uma experiência bastante imersiva para os fãs”, finalizou Gluckstein.
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