A época de transição de gerações costuma ser uma loucura. De um lado temos as fabricantes tentando vender a ideia de que seus novos consoles serão a oitava maravilha, enquanto do outro temos um grupo de pessoas céticas em relação a se valerá a pena gastar pequenas fortunas nestes aparelhos.
Dessa vez uma das grandes novidades prometidas tanto pela Sony quanto pela Microsoft é a utilização de SSDs para melhorar o tempo de carregamento e até a fluidez da jogabilidade, recurso que de acordo com essas empresas deverá revolucionar a forma como jogamos. Será mesmo?
Pois ao ser questionado sobre o que espera para os sucessores do Xbox One e do PlayStation 4, o chefe de produção da Platinum Games, Atsushi Inaba, não teve medo de demonstrar a sua falta de empolgação com os consoles que deverão chegar às lojas nos próximos meses.
“É ok. E com isso quero dizer que tenho certeza que as coisas se moverão mais rápido, os gráficos serão melhores e talvez seja bom ter menos tempo de carregamento… Isso é bom para o consumidor. Mas é mais do mesmo, pra ser bem honesto, se comparado com as gerações anteriores. Não há nada de disruptivo ou super inovador, se você me perguntar.
O hardware costumava ser sobre chips customizados que você não podia fazer no PC. Agora você olha para eles e estão apenas pegando coisas que já existem. O Switch, por exemplo, é um Tegra que já existia e os outros consoles estão usando chips e placas gráficas muito parecidas com o que vemos no PC […] É difícil ficar empolgado com coisas que já existem, mas que foram reaproveitadas até certo ponto.”
Inaba então citou os jogos por streaming como uma representação de inovação e imagino que com isso ele esteja se referindo ao maior alcance do público, já que no fundo os jogos fornecidos desta maneira também estarão rodando em computadores.
Mas seja lá qual tenha sido a intenção do produtor, é interessante ver ele “reclamar” que os consoles hoje em dia serão muito parecidos, quando para uma desenvolvedora de jogos isso facilita muito quando estão criando títulos multiplataforma. Do ponto de vista criativo essa semelhança pode até pesar contra, já que hoje não temos uma interface tão diferente quanto um Wiimote, mas não consigo ver essa proximidade entre os videogames como algo ruim.
Ainda assim não me sinto confortável em discordar das palavras de Atsushi Inaba, afinal desde a atual geração os consoles realmente se tornaram computadores vendidos em caixas menores e com o diferencial de terem suas próprias redes online. Por isso fica difícil acreditar na opinião de Matt Booty, chefe do Xbox Game Studios e que recentemente afirmou que, se somarmos a utilização dos SSDs e o que os jogos pela nuvem podem oferecer, esta mudança de gerações será tão impactante quanto o salto do 2D para o 3D. Menos Mr. Booty, bem menos!
Fonte: VGC.
Source link