Matthew Achilli, fundador da rede social Egomnia,
vem ganhando status de “Zuckerberg Italiano” a cada passo de sucesso
conquistado pelo seu site. Aos 22 anos, o jovem quer abrir um escritório
no Brasil e traduzir todo o conteúdo para o português. Com 330 mil membros e quase 800 empresas cadastradas, a plataforma tem recursos que lembram muito o LinkedIn e chega completa em outubro. Fim do Orkut leva órfãos do Google para o VKontakte; conheça histórias Atualmente, quem acessa o endereço egomnia.com no Brasil, encontra o site internacional, em inglês, com uma mensagem sobre o lançamento no país. Interessados também podem cadastrar um endereço de e-mail para receber novidades. Dentro de dois meses, o site chega completo, com versão móvel e desktop. Já os aplicativos para iOS (iPhone) e Android ficaram para os próximos meses. Matthew Achilli, o fundador da rede social Egomnia, na revista italiana Panorama (Foto: Divulgação/Egomnia) Embora esteja sendo frequentemente comparado ao fundador do Facebook, o Egomnia lembra muito o LinkedIn. O site cria perfis profissionais para estudantes e graduados e os coloca em conexão com empresas que buscam por serviços de recrutamento para vagas. O diferencial, segundo Achilli, é uma espécie de ranking disponível no perfil do candidato com suas habilidades. A empresa que contrata o Egomnia tem direito a um software que permite organizar suas equipes e vagas. Encaro o Egomnia
como uma fusão entre o Facebook e o Linkedin. O alvo são os
jovens talentos. Matthew Achilli Ao TechTudo, Achilli deu mais detalhes sobre a chegada do site ao país em um momento em que a busca por empregos e o recrutamento para grandes eventos esportivos pode alavancar novos cadastros. O fundador também contou um pouco da história do Egomnia na Itália, seu país de origem. TechTudo: Como e quando nasceu o Egomnia? Matthew Achilli: A
ideia do Egomnia surgiu em janeiro de 2011. Eu estudava na periferia de
Roma, cidade onde nasci e, junto com os meus amigos de turma, deveríamos
escolher a universidade em que iríamos estudar. Um dia, uma colega chegou com um documento que mostrava a classificação das melhores
faculdades da Itália. Percebi que todos os meus amigos eram
influenciados na escolha de suas universidades pela posição que elas
estavam nesse ranking. Imediatamente,
pensei que, se existisse uma classificação de estudantes, as empresas
teriam os mesmo beneficios ao consultar os melhores candidadatos. Decidi criar um site que, usando um
potente algoritmo, atribuisse um nota aos currículos, criando um ranking para ajudar no
recrutamento de pessoal. Sem dinheiro [para desenvolver], chamei um jovem desenvolvedor para fazer e a primeira versão do
site foi concluída em março de 2012, quando fui transferido para Milão
para estudar Economia, na Universidade de Luigi Bocconi.
TT: Qual é o tamanho da rede social hoje? MA: Eu esperava poucos usuários no Egomnia, porque não tinha muito
dinheiro para o marketing. Mas, depois de colocar o site online, a rede foi
extremamente bem sucedida. Só
no primeiro dia, se inscreveram mais de mil pessoas e 20 empresas. No
primeiro mês, foram 15 mil e em pouco mais de dois anos, tínhamos mais
de 330 mil inscritos e 800 companhias somente na Itália. Perfil de Matthew Achilli, fundador do Egomnia (Foto: Reprodução/Instagram/MatthewAchilli) A Egomnia
faturou centenas de milhares de euros [com serviços premium] o que me deu o status de mais famoso jovem
empreendedor italiano do mundo, graças aos artigos da Business
Insider e da BBC. Na BBC, participei do documentário “The Next Billionaires”. Até o momento, mais de 100 mil pessoas fora da Itália estão pedindo acesso ao site. TT: De onde veio o nome “Egomnia”? MA: O nome é um
neologismo latino que veio da fusão entre a palavra “ego” e “omnia”, que
significam “eu” e “todas as coisas”. Encontrei o nome por meio do Google
Tradutor, traduzindo do italiano para o latim as palavras que me vinham
à mente. Queria buscar um nome próprio para a minha plataforma, como
Google ou Yahoo. Egomnia é um ótimo resultado, traz
com ele minhas raízes latinas. TT: Em quais países a rede social já está funcionando?
MA: O Egomnia
está presente apenas na Itália, onde já encontrou trabalho para centenas
de pessoas e tem ajudado milhares a entrar em contato com as empresas.
Muitas delas estão entre as maiores do mundo. Em outubro, lançaremos a
plataforma mundialmente. No entanto, estamos fisicamente presentes [com escritórios] na
Itália e no Brasil, com sede em São Paulo.
TT: Podemos testar o Egommia no Brasil? MA: Por enquanto, o site é acessível apenas na Itália, devido a um posicionamento estratégico. Mas, chegaremos ao Brasil em outubro. saiba mais Brazil Innovators leva 13 ‘startups tech’ brasileiras para o Vale o Silício Lista tem 20 fatos e curiosidades sobre o Facebook; confira e divirta-se Facebook lança ‘Save’, função permite marcar posts para ler depois Protestos online dominam Change.org na Copa com centenas de petições Facebook lança programa piloto e fornece Internet Wi-Fi de graça; entenda Facebook exclui perfis brasileiros com ‘nomes estranhos’ TT: Em que pontos o Egomnia se aproxima e se difere do Facebook? MA: Encaro o Egomnia
como uma fusão entre o Facebook e o Linkedin. Ele ajuda os jovens talentos a encontrar emprego ou estágio devido a um
algoritmo potente que os coloca em contato com as melhores empresas do
mundo. Apesar de focar nos jovens, a plataforma está aberta a todos.
Como se apresentar bem no LinkedIn?
Veja dicas no Fórum do TechTudo. TT: Qual é o tamanho da empresa? MA: Temos mais de
20 funcionários e esse número continua a crescer. São milhares de
pessoas sendo colocadas em contato com as empresas e centenas que têm
encontrado emprego. Estamos deixando uma bela mensagem para a Itália,
que está vivendo um momento de crise, e para o mundo inteiro. TT: Quais são os planos do Egomnia no Brasil?
MA: Temos
entrado em contato com algumas das mais importantes comunidades
estudantis e de jovens empreendedores, com fundo de investimento e com
diversas multinacionais. O objetivo é nos apresentarmos no Brasil já com
alguns grandes clientes que utilizam a plataforma para
atividades de recrutamento e “employer branding”. Sabemos que o produto é
válido e estamos seguros de que ele será apreciado pelos brasileiros.
TT: Você tem sido chamado de Mark Zuckerberg italiano. O que pensa sobre isso? MA: A
Itália é famosa no mundo pela comida e pela moda, mas não temos uma
cultura digital forte. O fato de que no mundo há muita gente falando de um
garoto italiano que está fazendo sucesso na Internet e no meio digital
me enche de alegria e enche de alegria também os outros italianos. Matthew Achilli, fundador do Egomnia, segurando camisa do Brasil (Foto: Reprodução/Instagram/MatthewAchilli) Tornar-se o símbolo de uma jovem empresa italiana permite que eu seja um exemplo para muitos outros jovens que vendo a minha história de sucesso se sintam motivados e inspirados. Não vou esconder que, no futuro, gostaria de não ser famoso por ser o “Mark Zuckerberg italiano”, mas para ser “Matthew Achilli, o fundador do Egomnia”.
TT: Qual é a sua história profissional? MA: Esta [o Egomnia]
é a minha primeira experiência profissional. Comecei a trabalhar no
Egomnia aos 19 anos. Hoje tenho 22 e o que ele é atualmente é pleno
resultado do meu trabalho. A sociedade já foi avaliada em cinco milhões de
euros, mas acredito que já valha muito mais. TT: Você tem um recado para os brasileiros? MA: O
Brasil está vivendo um período de crescimento maravilhoso e é uma das
metas mais desejadas no exterior. Na Itália, se fala muito sobre o
Brasil. Aproveitamos esse momento para criar um sistema forte que
ajuda o empreendedorismo, os investimentos estrangeiros e o trabalho. Eu
vejo no Brasil um dos candidatos a estar entre as maiores potências do
mundo e os brasileiros devem ter consciência disso. *Colaborou Taysa Coelho e Larissa Ferarri